Quando uma conversa chega despretensiosamente aos ouvidos e traz o despertar para uma reflexão.
Retornando de uma viajem, já no ônibus, deparei-me com um diálogo entre uma moça que voltava do tratamento de hemodiálise e uma senhora, de uns 30 e poucos anos, que voltava da escola onde lecionava para crianças. A moça contava sobre a rotina do tratamento e dizia se sentir bastante abatida. Mas pouco falava. E a professora muito mais tagarela. A moça dizia que encontrou uma conhecida de ambas no hospital onde faz tratamento, onde a conhecida trabalha na assistência. A professora respondeu que fazia tempo que não a encontrava e que na juventude foram muito amigas. No entanto, das vezes que se encontravam pelo acaso, a conhecida não a cumprimentava. Considerou que... alguém com "cursinho" não teria esse direito. E quem devia agir assim, continuou a professora, era a própria professora. Pois era alguém de verdadeiros méritos: graduada e com pós-graduação.
É compreensível o motivo da apatia da tal conhecida. A falta de humildade, a vaidade e o orgulho de outrem - professora. Imagine que a mesma por vezes cuidava da moça do tratamento de hemodiálise. E alguém ainda acha que é apenas um "cursinho"? Ela cuida de vidas, num momento delicado e frágil. Um trabalho humanizado. E se a professora estivesse no lugar da moça? aquela mulher que só tem um "cursinho" iria estar lá para ajudá-la.
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