Sinto-me tão frágil perante a
situação que renuncio. A decisão me questiona a todo o momento. Finjo não
acreditar, mas a tormenta que aqui dentro existe me envenena. Soluço por pranto
que não se enxuga por meras linhas do horizonte que flagela. Sabia algumas
vezes que apenas o dia de amanhã chegaria para aliviar-me. Fugi por dias e
mostrei-me vigorosa para completar a fuga. A exaustão me tomou pelos braços, desconfiei
que fosse o momento do fim. Transpassei a rotina que seguia e caminhei por um
longo caminho que cultivava a sorte que está na singela beleza que a natureza
nos oferece. Eu pedia ajuda e não me faltava palavras, eu rogava a Deus, mas me
pertencia muito egoísmo e pouca promessa de merecimento próprio. O bastante que
me interroguei me considerou fugaz para com as orações. Se eu soubesse que um
percentual disso fosse logo utilizado eu penaria menos em minhas ações. Surrupiei
meu caderno de desenhos que levava, eu apreciava a beleza que eu mesma produzi.
Soubesse do dia que conquistaria a uniformidade da minha personalidade
enriquecida pela condição divina.
Ora, poderia eu ser aquela que
conduzia a benevolência para amparar aqueles que sofrem? Eu soubera que o dia
chegara. Honradamente abracei minha atividade. Foi um início avassalador. Continuava
as práticas com estudos, para aconselhar sem equívocos meus irmãos. Sanei dúvidas
e preparei a semente de esperança. A sombra daqueles olhares se permitia
encontrar a luz e confiar que a vida eterna é um presente. Fui longe buscar
serenidade e me distanciei muito dos meus objetivos.
Mas confinada para que me restabelecesse pude aprimorar-me e me induzir a colaborar com o bem de todos. Sentir-me
útil, talvez, mas solenemente capaz de reagir contra a promiscuidade enfadonha
que alerta que teus créditos consigo estão desajustados. Saia muitas noites e
voltava de muitas camas, mas me debruçava ao fim pela vontade de sair daquela
situação que de nada exprimia, a não ser uma propriedade sem privilégios. Meu corpo
não consentia com minha alma. Pois, perdia-me no intuito de que fosse
compreendida na esfera terrena. Tudo o que fazia era seguir a fila que todos se
alocavam. Revestia-me de insensibilidade e insanidade hostil e flagelada. Conquistei-me
no dia que acordei.
Era como uma redoma, eu percebia
a luta de muitos e o desespero de outros. Sabia que poderia me ocupar até que
me trouxesse explicações. Eu me aproximava de alguns deles. Sinceramente,
naquele momento eu represava minhas lágrimas e fingia estar segura. Voltei ao
meu lugar. Saudei-os. Eles logo me alcançaram o coração. Eram como anjos. Quanta
ternura, coisa que eu pouco conheci. Se pudesse reescrever os dias na Terra eu
poderia fazê-los distantes dos hábitos nocivos que me autorizei praticar. O bastante
não era o todo. Recebia de todos um sentimento amistoso, colaborava nos
atendimentos e ia aprendendo a fincar de vez meus pés na honestidade e
dignidade. Não me sentia mais imunda. Podia me tocar sem a vontade de me
repudiar.
Eu vivia conforme me orientavam
aos trabalhos, exaltava as maravilhas que me rodeavam. Eu via que a dor era a
falta de oportunidade que nos negávamos a dar a nós mesmos. Se eu pudesse evitar
a dor daqueles que gemiam de desespero? Eu diria que a partir do que a palavra
do Senhor os oferecia fazer as escolhas apropriadas. Seguir certo, não poupar-se
das indicações que vigoram na palavra do Senhor. Eu me afastei quando naquele
dia que a decepção foi mais forte, mas por falta de prudência, daí procurei um
culpado. Se tivesse ido à busca de ajuda teria evitado os males que me viciei. Sempre
que se esconde algo, um dia ele se revelará em algum momento. Prepare-se, instrua
seu coração com a doçura divina para que seu destino esteja correto na direção
das dádivas divinas. A oportunidade começa pela vida que Deus os entrega para
os desafios e melhoramentos.
Sempre me vem a lembrança do meu pai, ele dizia que devia superar meus medos e inseguranças. Entendo o que significa hoje: ser determinada, pois, na ignorância seu caminho não é mais seu. Percebe que trabalhar significa renovar, traçar novos rumos e provar do sabor da glória celestial.
Sempre me vem a lembrança do meu pai, ele dizia que devia superar meus medos e inseguranças. Entendo o que significa hoje: ser determinada, pois, na ignorância seu caminho não é mais seu. Percebe que trabalhar significa renovar, traçar novos rumos e provar do sabor da glória celestial.
A princípio, eu julgava tudo com
insolência. Posteriormente, foi a minha vez de concordar com a fatia divina. Pois,
a treva me saboreou, fez-me regredir e insistir no erro, espionar o azedume e
prometer que a solução estava naquela parte. Julgo diferenciar, pois, o
conteúdo na vida celestial é mais que um trabalho, é a reinvenção que podemos
dar a nós mesmos, ter a chance de progredir, de ter boas companhias e perder-se
da vida mundana. Propus-me criar desenhos que simulavam seres divinos, eu
desenhei dia após dia. Nada me inspirava mais que aquele momento que praticava
o aprendizado. Pude ornar paredes com o brilho do meu olhar, uma espécie de
gratidão. Todos encontravam interpretações em tudo que estava ilustrado. Divinamente eu pude ser uma desenhista,
alinhei minhas mãos ao meu coração novinho.
Que o Senhor Deus possa estar na
sua vida, pois, foi Ele quem me trouxe para falar-lhes de minha experiência por
vezes longa, mas, sobretudo, reavaliada. Eu pude aprender que o que me compete
acreditar é no trabalho, na edificação do meu próprio ser ajudando aos meus
irmãos.
Eu gostaria de ser uma voz neste
dia, para que o silêncio não fosse em vão. Sustenta teu caminho na Luz do
Senhor. Ele o guiará, o Pai sabe que a Verdade chega ao coração daquele que o
busca, e daquele que não o faz. El vai ao teu encontro, o Amor é o sentido que
O revelará.
Assino como a luz que clareia o
dia, Solange. 17/07/2013 – 14h52min
Nenhum comentário:
Postar um comentário